Viajando em fóruns gringos e lendo estudos e depoimentos de pessoas, sobrevivencialistas, que já estiveram em situações difíceis, vira e mexe deparamos com terminologias que colocam em xeque nosso entendimento sobre as estratégias e planejamentos.
A pouco tempo, em um fórum, rolou um questionamento sobre o que é um bunker. E mais questionamentos ainda sobre a diferença entre bunker e fortificação. Baita discussão boa esta e deixo que vocês coloquem seus pontos de vista aqui nos comentários, até porque são vossas opiniões que me interessam, como autor do blog minha visão é estrita ao meu entendimento, ja´que é meu e eu sei, não faz muito sentido ficar escrevendo aqui sem ter um termômetro se estou no caminho certo ou não, e quero também aprender algo com vocês.
Quando eu penso em urbano, minha mente me leva para cidades, sou paulista, logo a imagem que tenho é a do ambiente em que eu trabalhava quando imagino o cenário:
De quebra, quando voltava pra casa, adentrava de vez no conceito de subúrbio, que, em uma cidade como São Paulo, é uma zona tão urbana o quanto o centro de uma cidade pequena do interior, e NADA tem a ver com o termo “suburban” gringos, olhem só estes bairros do subúrbio paulista:
Agora vejam o que os gringos classificam como suburban:
Agora vamos lá o que eles julgam ser “suburb” para nós aqui é bairro nobre, trocando em miúdos, grandes terrenos com boas e espaçosas casas, sem muros… e distantes umas das outras. E é aí meu chapa que o caldo entorta na hora que começamos a ler as discussões e fóruns gringos e trocamos todas as bolas aqui em terras brasilis, pois um subúrbio destes é um pesadelo tático, cheio de entradas, saídas e nichos, os vizinhos não estão próximos o suficiente para montar uma defesa eficiente em suas casas, pensando de forma prática, se seis vizinhos se unirem, não conseguirão cobrir a área toda, e vão acabar deixando casas descobertas.
A estratégia em grupo é ponto pacífico de discussões, sozinho é muito difícil, por mais bem armado que esteja. Um grupo desunido é pior ainda.
Mas, voltemos aos conceitos de bairro, e a partir daqui você nunca mais fará uma viajem inocente sem reparar em coisas curiosas.
Já perceberam como cidadezinhas do interior se parecem com os subúrbios americanos?
EURECA! eu tô fudido! Aqui todo terreno é largo, embora murados e bem abertos, os vizinhos não dividem paredes e há de ser bem xarope para morar num prédio numa cidade dessas.
A maioria da ruas é de primeira, porque se você engatar a segunda cai fora da cidade. Sei o que você deve estar pensando agora, poxa, morar numa cidadezinha caipira trás os mesmos problemas de segurança durante uma crise que morar num bairro nobre de SP? A resposta ainda é não, pelo menos por enquanto, mas logo falarei disso, antes quero colocar uma real dúvida minha, até porque não sei o que escrever quando me perguntam que tipo de lugar eu moro, isso aqui é rural, suburbano (segundo os gringos) ou urbano?
Se você disse no ato que é rural, eu quase concordo, mas deixo a seguinte pergunta, se uma cidadezinha de merda é ambiente rural, isto aqui é o que?
Se a cidadezinha é ambiente rural, estas fazendas e sítios aí são o que? Rural pra c@r@lh#?
Viram só a meleca que pode ser pesquisar usando jargões gringos?
Mas não se esqueça de opinar, afinal de contas temos poucos veículos de mídia ainda que formam opinião sobre isso no Brasil, estou longe de acreditar que talvez possa ser um deles mas talvez eu e meus 3 leitores assíduos talvez possamos nos entender melhor quando usarmos os jargões.
Que conste, no IPTU de minha casa está escrito área urbana, mesmo na cidadezinha de primeira.
Mesmo com todas criticas ao “suburban” que lerão, a postura do povo de cidades pequenas é bem diferente dos moradores dos jardins!
Uma alternativa pra falta de rótulos existente, seria criar conceitos brasileiros pra sobrevivência aplicada aqui. “ah, mas numa crise séria, fica tudo igual”. Não, não fica. Se a gente já tem variáveis da termologia, essas variáveis não foram colocadas nas contas e suposições que estudamos. Nossas previsões ficam muito falhas e sobreviver fica mais difícil
Olá batata,
Eu estive no MT, em uma cidade bem ao norte, 500km de Cuiabá, lá eram fazendas de soja há perder de vista. Para chegar na casa da fazenda, tinha andar quilômetros a dentro. Concordo quando tu disse que seria rural pra C@R@#*&!!! Porém vem exatamente a questão das contas, que são classificadas como meio urbano.
Acredito eu que o rural, seria fazendas, sítios e talvez chácaras, onde qualquer centrinho comercial fique longe, de certa forma.
Em questões de preparações eu prefiro não opinar pois estou cada dia aprendendo mais e neste ponto, Tu é o cara!!
Grande abraço
Ola Batata, ola sobrevivencialistas;
Muito relevante o ponto levantado, pois moro em uma chácara que fica a menos de 200m da cidade, mas a documentação consta como área rural, pois apos a minha chácara apenas ha pastos, plantações e matos, creio que assim como o Eduardo disse no comentário acima, seria interessante adaptarmos a nossa realidade Brasileira, assim como Guto exaltou em cada estado e ponto temos uma diversidade enorme em nosso pais e cada uma com sua peculiaridade.
Um dos alicerces de uma progressão tática, ou avanço num confronto armado, é a adaptação ao ambiente, à topografia, ao clima e a luminosidade. Não importa se chamam de favela, comunidade, cortiço. Não importa se chamam de rural, urbano, ou qual a cor do burro quando ele foge.
Fiz isso durante 20 anos de minha vida, trabalhando num grupo de Operações Especiais da policia civil de São Paulo. Não importa como chamam, inóspito é rotina nesses locais. O que realmente importa são duas coisas: não estar sozinho e cada um saber sua posição e obrigação. Minha segurança depende de quem está em minha retaguarda e vice-versa
No caso de um bug, ou colapso, ou sei lá o que (tome-se como parâmetro a situação de caos e colapso social em paises vizinhos – Venezuela, Chile, Bolivia), para que um grupo possa proteger um “núcleo”, cada um deve conhecer suas limitações e a extensão de seu treinamento. Uma hora temos de sair do bunker. Melhor então que seja uma ação coordenada e eficiente. E tanto faz se isso ocorrer em Alphaville (a copia tupiniquim do conceito de “suburban” gringo) ou no Capão Redondo. Em cada sombra um perigo provável, em cada vulto um inimigo. Melhor saber quem está ao seu lado e suas reais capacidades de enfrentamento. E isso ocorre em silencio. Olhar e engajar é como funciona. Não importa o nome.
Opaaa,
Temos os dois cenários, tanto em cidade grande quanto em cidade pequena, aqui em belo horizonte, tem bairros mais afastados que são bem rurais, fácil de ver animais como vacas cavalos soltos nas rua
Concordo plenamente com a opinião do Paulo Arantes.
Morei quase dez anos isolada numa floresta depois do sequestro do meu filho mais velho.
Ter que aprender a sobreviver do zero e proteger meu filho caçula que tinha conseguido escapar foi uma experiência poderosa que nos marcou para sempre.
Não ter em quem confiar num ambiente inóspito é cruel. Sobrevivi por milagre ao ataque de uma suçuarana e tive que estancar o sangramento e “fechar” o buraco atochando o que sobrou da camiseta. Foi uma situação insana e, eu estava só.
Não importa como chamam ou a localização no globo terrestre, importa é estar acompanhado de gente preparada, organizada e, acima de tudo, confiável.
Bom bunker construção feita debaixo da terra casa fortificada casa de alvenaria pois os gringos no usa tem casa normal de madeira eu acho que os brasileiros nao devem copiar os gringos pois a geografia do Brasil e muito diferente e adaptação da nossa realidade eu sou do rio de Janeiro da região da metropolitana e aqui tem regiões rurais mais facil de acesso mais so dar para ir de carros devidos aos pequenos rios imagina o pessoal do resto do pais dependendo anode mora norte sul sudeste e etc
Eu moro em uma cidade de 70mil hab, em um bairro distante 15km do centro. E comparo a minha situação com a dos gringos e vejo muitas diferenças. Meu bairro é um loteamento rural da década de 70 parte dos terrenos tem cerca de 600m² mas há aqueles com alguns hectares. Outro dia assistindo um programa chamado em busca da fazenda perfeita e fazenda para eles são 2 hectares. Onde moro isso no máximo você foge do IPTU. Existem cidades limítrofes bem menos populosas mas nesse eixo Rio-SP as pessoas vivem muito mais adensadas nas outras cidades.